1882- A Itália aderiu à Dúplice Aliança, formando-se então a Tríplice Aliança. Os italianos procuravam defender seus interesses na África do Norte contra a política colonial francesa. Em troca do apoio alemão e austríaco, a Itália comprometeu-se a socorrer a Alemanha em caso de uma agressão militar francesa.
Birmarck custou a acatar as aspirações do Imperador Guilherme I no sentido de tornar a Alemanha uma potência mundial através da aquisição de colônias alemãs. Birmarck desejava de todas as maneiras evitar tensões com as potências européias que ameaçassem a segurança da Alemanha.
1880 – 1885 – O quadro internacional se mostrou auspicioso, Birmarck acedeu, estabelecendo-se então algumas colônias ultramarinas alemãs: na África (Togo, Camarões, Sudoeste Africano Alemão e África Oriental Alemã) e na Oceania (Nova Guiné Alemã, o Arquipélago de Bismarck e as Ilhas Marshall).
1888- O Kaiser Guilherme I (primeiro Imperador da Alemanha unificada ) morreu em 1888, sucedendo-o seu filho, Frederico III, o qual reinou por apenas 99 dias, até a sua morte. Subiu ao trono, então, o jovem e ambicioso Guilherme II, filho de Frederico.
1890- Bismarck renunciou, devido a divergências políticas e pessoais com o novo Kaiser, que desejava ser o "seu próprio chanceler".
Apesar das declarações de Guilherme II em contrário, logo após a renúncia de Bismarck a política externa alemã sofreu uma inflexão, mudando de rumo com o objetivo de aumentar a influência da Alemanha no mundo . O Tratado de Segurança Mútua com a Rússia não foi renovado. Com isto, Rússia e França formaram uma aliança de oposição à Tríplice Aliança, a qual estava enfraquecida devido a divergências entre a Áustria e a Itália.
1898- A expansão colonial alemã no Sudeste da Ásia (Baía de Kiauchau, as Marianas, as Carolinas, Samoa) começou a causar problemas com o Reino Unido, a Rússia, o Japão e os Estados Unidos. A construção da Ferrovia de Bagdá, financiada por bancos e pela indústria pesada alemã, cujo propósito era ligar o Mar do Norte com o Golfo Pérsico através do Bósforo, também colidiu com interesses geopolíticos e econômicos britânicos e russos.
1898- De modo a proteger o comércio e as colônias de ultramar alemães, o Almirante von Tirpitz deu início a um programa de construção de belonaves, o que ameaçava diretamente a hegemonia britânica nos mares e causou, conseqüentemente, o colapso das negociações com vistas à formação de uma aliança entre Reino Unido e Alemanha. Esta última via-se cada vez mais isolada.
1914- A política de poder imperialista e a defesa determinada dos interesses nacionais terminaram por levar à eclosão da Primeira Guerra Mundial, tendo como causa imediata o assassinato do herdeiro do trono austríaco, Francisco Fernando, e sua mulher, em Sarajevo, em 28 de junho de 1914, nas mãos de um nacionalista sérvio. Outras causas para a guerra, indicadas por historiadores, são as políticas opostas levadas a cabo pelas potências européias, a corrida armamentista, a rivalidade germano-britânica, as dificuldades do Estado multinacional austro-húngaro, a política russa para os Bálcãs e as apressadas mobilizações e ultimatos. A Alemanha lutou ao lado da Áustria-Hungria e do Império Otomano contra Rússia, França, Reino Unido, Itália e vários outros Estados menores. Houve combates também no Oriente Próximo e nas colônias alemãs.
No ocidente, a Alemanha lutou uma guerra de posições com batalhas sangrentas. Após uma rápida marcha através da Bélgica, as tropas alemãs foram detidas no Marne, ao norte de Paris. Desde então, o fronte na França mudou muito pouco até o final do conflito. No oriente, não houve vitórias decisivas contra as forças russas. O bloqueio naval britânico no Mar do Norte trouxe sérias conseqüências para o suprimento alemão de matérias-primas e alimentos.
1917- A entrada dos Estados Unidos na guerra. Em seguida à declaração alemã de conduzir uma guerra submarina irrestrita, constituiu-se no ponto de inflexão em desfavor da Alemanha.
1918- No final de outubro, unidades da marinha alemã em Kiel recusaram-se a lançar-se ao mar para uma última grande operação numa guerra que davam como perdida. Em 3 de novembro, a revolta espalhou-se para outras cidades. Estabeleceram-se os chamados conselhos de trabalhadores e os de soldados. O Kaiser Guilherme II e todos os príncipes reinantes alemães abdicaram. Em 9 de novembro, o social-democrata Philipp Scheidemann proclamou a República. Em 11 de novembro, assinou-se o armistício em Compiègne.
1919- Nos termos do Tratado de Versalhes, assinado em 28 de junho a Alemanha deveria ceder - a Alsácia-Lorena, Eupen-Malmédy - o Schleswig Setentrional e a área de Memel. A Polônia foi restaurada e, após plebiscitos e levantes independentistas, foram-lhe entregues Posen, a Prússia Ocidental e a Alta Silésia. Todas as colônias seriam entregues aos Aliados.
As margens direita e esquerda do Reno seriam permanentemente desmilitarizadas. O Sarre, centro industrial importante, seria governado pela Liga das Nações por 15 anos, seus campos de carvão administrados pela França. Para assegurar o cumprimento do tratado, tropas aliadas ocupariam a margem esquerda (alemã) do Reno por um período entre 5 e 15 anos. O exército alemão ficaria limitado a 100 mil oficiais e soldados; o estado-maior seria dissolvido; grandes quantidades de material bélico seriam entregues e a fabricação de munições, rigidamente controlada. A marinha sofreria redução semelhante; ficava proibida a utilização de aeronaves militares. A Alemanha e seus aliados deveriam aceitar a exclusiva responsabilidade pela guerra e pagar compensações financeiras pelas perdas e danos sofridas pelos Aliados.
1919- Os humilhantes termos da paz provocaram indignação entre os alemães e enfraqueceram drasticamente o novo regime democrático. Em 11 de agosto, entrou em vigor a constituição de Weimar, sendo Friedrich Ebert o primeiro Presidente da República. Os dois maiores inimigos do novo regime eram o Partido Comunista Alemão (KPD) e o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP), que abusariam das liberdades democráticas para lutar contra a República de Weimar.
1920- Já nos primeiros meses de 1920, fracassou uma tentativa de golpe de Estado feita pelo extrema-direita Wolfgang Kapp em Berlim; greves e rebeliões em outras cidades foram violentamente reprimidas.
1922- A Alemanha foi o primeiro Estado a estabelecer relações diplomáticas com a União Soviética, por meio do Tratado de Rapallo.
1923- Quando a Alemanha deixou de pagar a indenização de guerra, tropas francesas e belgas ocuparam o distrito do Ruhr, altamente industrializado. A resistência passiva subseqüente foi bem-sucedida mas levou à hiperinflação — os que perderam as suas fortunas tornar-se-iam inimigos da República de Weimar e eleitores da direita anti-democrática. Em setembro de 1923, com a deterioração da economia, o Chanceler Gustav Stresemann pediu o fim da resistência passiva no Ruhr. Em novembro, seu governo lançou uma nova moeda, o Rentenmark e tomou outras medidas para controlar a hiperinflação. Nos seis anos seguintes, a situação econômica melhorou.
Na noite de 8 de novembro de 1923, seiscentos integrantes armados das SA cercaram uma cervejaria em Munique, onde os dirigentes do estado da Baviera e os comandantes locais do exército alemão se encontravam para uma reunião pública. As tropas de assalto eram chefiadas por Adolf Hitler. Na época membro do NSDAP, Hitler era até então desconhecido. Procurou forçar os presentes a se juntarem a ele numa marcha contra Berlim para tomar o poder. Foi posteriormente preso e condenado a cinco anos de detenção, mas terminou por ser solto com apenas um ano de prisão, no fim de 1924.
1924-As eleições nacionais de 1924 foram ganhas pela direita. O Marechal-de-Campo Hindenburg, monarquista, foi eleito Presidente.
1925-Alemanha, França, Bélgica, Reino Unido e Itália celebraram o Tratado de Locarno, que reconhecia as fronteiras franco e belgo-germânicas. Ademais, o Reino Unido, a Itália e a Bélgica comprometeram-se a ajudar a França caso a tropas alemãs reocupassem a Renânia desmilitarizada.
1926- O tratado preparou a entrada da Alemanha na Liga das Nações.
1928- A produção industrial alemã voltou aos níveis de 1913.
1929- O crash de Wall Street e a conseqüente Grande Depressão foram sentidos na Alemanha, cuja economia foi abalada.
193O- o Presidente Hindenburg nomeou Heinrich Brüning para o cargo de chanceler. De maneira a fazer aprovar seu pacote de medidas de austeridade contra uma maioria de parlamentares sociais-democratas, comunistas e do NSDAP, Brüning lançou mão de decretos de emergência e chegou mesmo a dissolver o Parlamento.
1932- o desemprego no país já atingia mais de seis milhões de pessoas. Ocorreu também uma crise política, devido à incapacidade de os partidos políticos representados no Reichstag constituírem uma maioria para indicar o governo.
1933- pressionado pelo ex-Chanceler Franz von Papen e outros conservadores, o Presidente Hindenburg nomeou Hitler para o cargo de chanceler.
O Chanceler Adolf Hitler acusou os comunistas pelo incêndio criminoso do prédio do Reichstag, ocorrido na noite de 27 de fevereiro de 1933, e logrou convencer o Presidente Hindenburg a assinar o "decreto do incêndio do Reichstag", que suspendia importantes direitos políticos e humanos e permaneceu em vigor até 1945. Foram detidos e enviados para campos de concentração 11 mil comunistas e socialistas, que ficaram à disposição da nova polícia secreta, a Gestapo.
1933- "lei dos plenos poderes" ,que conferia a seu governo plenos poderes legislativos, criada em 23 de março de 1933.
Estabeleceu-se um Estado centralizado e totalitário, que substituiu a constituição liberal de Weimar. A Alemanha deixou a Liga das Nações. A Reichskonkordat ,negociada com o anticomunista Papa Pio XI, concedeu ao regime de Hitler o reconhecimento internacional, no momento em que as potências viam os desdobramentos políticos na Alemanha com desconfiança.[
1934- O chefe do Estado-Maior das SA, Ernst Röhm, pressionava a favor da incorporação daquele contingente à Wehrmacht (exército alemão), sob seu comando. Hitler, sentindo-se ameaçado, ordenou em 30 de junho de 1934 que as SS capturassem Röhm e seus tenentes e os executassem sem julgamento.
As SS tornaram-se uma organização independente sob o comando do Reichsführer SS Heinrich Himmler. Este também viria a ser o supervisor da Gestapo e dos campos de concentração e, mais tarde, da polícia comum. O regime demonstrou especial hostilidade contra os judeus.
1935- o Reichstag aprovou as chamadas leis raciais de Nuremberga, contra os cidadãos judeus: estes perderam a nacionalidade alemã e foram proibidos de casar-se com alemães. Hitler restabeleceu a força aérea alemã e o serviço militar obrigatório. O rearmamento era uma violação ostensiva do Tratado de Versalhes, mas nem o Reino Unido, nem a França ou a Itália fizeram mais do que passar notas de protesto.
1936- A Renânia desmilitarizada foi reocupada por tropas alemãs. O Tratado de Locarno obrigava o Reino Unido a intervir em favor da França, mas, apesar dos protestos franceses, o governo britânico decidiu nada fazer. O caso fortaleceu a posição de Hitler na Alemanha.
1937- Hitler sentiu-se capaz de partir para a ofensiva em política externa.
1938- tropas alemãs entraram na Áustria, onde uma tentativa de golpe nazista havia fracassado em 1934. Quando Hitler chegou a Viena, foi recebido com vivos aplausos. Quatro semanas depois, 99% dos austríacos votaram em favor da anexação de seu país à Alemanha. Com isso, Hitler concretizou a antiga idéia de um império alemão com a inclusão da Áustria — a solução "grande-alemã" que Bismarck havia rejeitado quando, em 1871, uniu as terras germânicas, sob a liderança da Prússia.
1945- O ano de 1945 viu a Alemanha e seus parceiros do Eixo (Itália e Japão) derrotados pelas forças combinadas dos Estados Unidos, do Reino Unido, da União Soviética e outros. A maior parte da Europa estava em ruínas, dezenas de milhões de pessoas haviam sido mortas (em grande parte, civis), dentre as quais seis milhões de judeus e muitas outras pessoas dos territórios ocupados. A Segunda Guerra resultou na destruição da infra-estrutura política e econômica alemã, causou a sua divisão e considerável perda de território na Europa Oriental e deixou um legado de humilhação.
1949- a Alemanha foi dividida pelos Aliados em quatro zonas de ocupação militar; as três zonas a oeste viriam a formar a República Federal da Alemanha (conhecida como Alemanha Ocidental), enquanto que a área ocupada pela União Soviética se tornaria a República Democrática da Alemanha (conhecida como Alemanha Oriental), ambas fundadas em 1949.


